domingo, 9 de janeiro de 2011

A palavra mágica (tradição persa)

Na 203° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 9 de janeiro de 2011, transmissão pela Rádio CLube de Valença 650 khz AM, apreciamos a leitura do texto: A palavra mágica (de tradição persa) retirado do livro: O contador de Histórias de Rosane Pamplona e Sônia Magalhães. Este livro faz parto do Ponto de Leitura do Alacazum conquistado no edital de 2008 do governo federal.



Há muitos e muitos anos, um poderoso mago resolveu empreender uma longa viagem. Antes de partir, encerrou seu fabuloso tesouro numa gruta que ficava à beira de um rio. Pronunciando uma fórmula mágica, fechou a gruta e partiu sossegado, pois sabia que só determinada palavra secreta teria o poder de abrir a gruta por alguns minutos.
Os anos se passaram. Não se sabe o que aconteceu, o que se sabe é que o feiticeiro nunca mais voltou. O tesouro fabuloso tornou-se uma lenda, porém ninguém tinha ideia do exato lugar em que fora escondido, e muito menos da palavra mágica que o revelaria.
Um dia, dois viajantes que por ali passavam escolheram justamente aquele local para descansar. Sentaram-se á beira do rio, sem se importar com a gruta às suas costas.
Dali a pouco, começaram a discutir a propósito de um camelo.
- Esse camelo que você comprou- disse um deles- é tão maravilhoso que devia chamá-l0 de El- Djohar, a pérola.
- Não. - discordou o outro. - Prefiro um nome mais comum. Que tal Jaba?
- Que absurdo! Esse nome não é digno dele. Procure m mais sonoro, como Kalahab.
- Difícil demais. Talvez o chame de Mossul, o que acha?
E assim ficaram a discutir por longo tempo.
No decorrer da discussão, perceberam que uma multidão de viajantes se aglomerava na outra margem do rio, gritando e acenando para eles. Mas a distância e o barulho da correnteza impediam que ouvissem o que a multidão dizia.
- Engraçado - disse um dos viajantes. - O que será que essa gente está tentando dizer? Decerto querem atravessar o rio, mas não conseguem.
E, arrumando suas coisas, os dois partiram, para nunca mais voltar.
Jamais desconfiaram que as pessoas do outro lado do rio, estavam tentando mostrar-lhes que uma das palavras que eles haviam pronunciado casualmente abrira por alguns momentos a gruta, revelando aos que a olhavam o fabuloso tesouro. Que continua lá, encerrado.

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