domingo, 13 de julho de 2008

Último credo

Como ama o homem adúltero o adultério
E o ebrio a garrafa tóxica de rum,
Amo o coveiro - este ladrão comum
Que arrasta a gente para o cemitério!


É o transcendentalíssimo mistério!
É o nous, é o pneuma, é o ego sum qui sum,
É a morte, é esse danado número um
Que matou Cristo e que matou Tibério!

Creio, como o filósofo mais crente,
Na generalidade descrescente
Com que a substância cósmica evolui...
Creio, perante a evolução imensa,
Que o homem universal de amanhã vença
O homem particular eu que ontem fui!
Augusto dos Anjos

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