terça-feira, 7 de setembro de 2010

Fãbulas de Monteiro Lobato: A rã sábia

Na 187° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 05 de setembro de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM em comemoração aos 4 anos do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER, completos no dia 03 de setembro, homenageamos os ouvintes-leitores com as fábulas de Monteiro Lobato, retiradas do livro: Sítio do Pica Pau Amarelo.


A rã sábia


Como a onça estivesse para casar-se, os animais todos andavam aos pulos, radiantes, com olhos na festa prometida. Só uma velha rã sabidona torcia o nariz àquilo.
O marreco observou-lhe o trejeito e disse:
- Grande enjoada! Que cara feia é essa, quando todos nós pinoteamos alegres no antegozo do festão?
-Por um motivo muito simples- respondeu a rã. Porque nós, como vivemos quietas, a filosofar, sabemos muito da vida e enxergamos mais longe do que vocês. Responda-me a isto: se o sol se casasse e em vez de torrar o mundo sozinho o fizesse ajudado por dona sol e por mais vários sóis filhotes? Que aconteceria?
-Secavam-se todas as águas, está claro.
- Isto mesmo. Secavam-se as águas e nós, rãs e peixes, levaríamos a breca. Pois calamidade semelhante vai cair sobre vocês. Casa-se a onça, e já de começo será ela e mais o marido a perseguirem os animais. Depois aparecem as oncinhas- e os animais terão que aguentar com a fome de toda a família. Ora, se um só apetite já nos faz tanto mal, que será quando forem três, quatro e cinco?
O marreco refletiu e concordou:
-É isso mesmo...


Pior que um inimigo, dois; pior que dois, três

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