sexta-feira, 20 de março de 2009

Quadro: Desafio Musical

Na 119° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 15 de março de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença AM 650 Khz, oferecemos como desafio musical a música: Debaixo dos caracóis dos teus cabelos, canção composta por Roberto Carlos e Erasmo Carlos no ano de 1971.

Esta letra é uma homenagem a Caetano Veloso feita por Roberto Carlos e Erasmo Carlos, ela foi composta como uma forma de ser solidário ao Caetano que encontrava-se no exílio em Londres, para onde fora deportado em 1969 pela Ditadura Militar. Com o amigo em desgraça, resolveu fazer algo para homenagea-lo. Roberto nunca teve problemas com a censura muito menos com a repressão militar.

Então, como fazer um texto que fosse ao mesmo tempo engajado politicamente e romantico como sempre foram suas letras?

A saída encontrada foi em nenhum momento citar o nome de Caetano mas enfatizar sua marca registrada naquela época: seus enormes cabelos encaracolados. A letra é bem simples e não foge às suas caracteristicas. O legal está justamente no inusitado da coisa: o clima romantico da melodia nos faz imaginar que é a saudade de uma pessoa apaixonada pela ausência da outrea, e não o protesto de um amigo solitário. E na estrutura da letra o Roberto procurou colocar justamente aquilo que o Caetano possivelmente mais sentia saudade na fria Londres: o mar da Bahia o que só ajudou para fixar a marca dos famosos caracóis de Caetano.



Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos
Composição: Roberto Carlos

Um dia a areia branca
Teus pés irão tocar
E vai molhar seus cabelos
A água azul do mar
Janelas e portas vão se abrir
Pra ver você chegar
E ao se sentir em casa
Sorrindo vai chorar
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Uma história pra contar
De um mundo tão distante
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Um soluço e a vontade
De ficar mais um instante
As luzes e o colorido
Que você vê agora
Nas ruas por onde anda
Na casa onde mora
Você olha tudo e nada
Lhe faz ficar contente
Você só deseja agora
Voltar pra sua gente
Você anda pela tarde
E o seu olhar tristonho
Deixa sangrar no peito
Uma saudade, um sonho
Um dia vou ver você
Chegando num sorriso
Pisando a areia branca
Que é seu paraíso

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