terça-feira, 7 de dezembro de 2010

POESIA - CRÔNICA - DESCAMISADA DE RONNY BONN

Na 200° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 05 de dezembro de 2010, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KZH AM apreciamos a poesia do artista plástico e poeta Ronny Bonn, nascido na heróica cidade de Cachoeira, Bahia, no dia 07 de setembro de 1970. Sua vida se configura na dedicação de suas linguagens artísticas. Como poeta participou em 1922 da Antologia Quadrado Poético, tem participado de diversos encontros literários, destacando-se o 2° Caruru dos Sete Poetas; Sambando na Poesia e Poesia Ouvida. Como artista plástico participou em 1988 com a série Campo Minado, exposição coletiva no Solar Ferrão - Salvador, 7° Bienal de Arte do Recôncavo (0bra Depois de Cristo )- Centro Cultural Dannemman (2004), São Félix, neste mesmo ano expôs na Casa do Maranhão e na Universidade Federal do Maranhão, em São Luis; em 2008 com Zylon B, resina e óleo sobre tela, participou da 9° Bienal de Arte do Recôncavo - Centro Cultural Dannemman, São Félix.


Camisas suadas, surradas, sujas
não são mais camisas.
O que é mesmo que se usa?
Paletó, terno, gravata?
Não é a mesma camisa.
Existem outras,
ou é só uma farsa?
A minha camisa é
suada, surrada, suja.
Ih! Olha a sua cara!
É a cara da minha camisa.
A minha camisa é de força,
é de Vênus, é de eleições passadas,
não há nada em minha camisa,
são mentiras suas frases impressas.
Verdade mesmo é o suor
que transpira do meu corpo e
molha toda minha camisa,
que apesar de suada, surrada
e suja,
tem no corpo de quem usa,
o eterno sonho
de não precisa mais
de nenhuma camisa!

Retirado do livro: Banquete- Organização de João de Moraes Filho - Revisão Lia Monteiro. Edições Oju Aiye- Cachoeira - Recôncavo Baiano, 2009.

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