Eles se vestem de negro
São abutres
E a terra fede
Comem de tudo
Até os versos de Augusto dos Anjos
Com passos lentos
Pacientes
Eles seguem
Vão além dos ares decapitar frias vítimas para os seus atos.
A terra clama
Mas o que se revela é a hecatombe apocalíptica do cordeiro que a pouco existia.
São abutres
E a terra fede
Comem de tudo
Até os versos de Augusto dos Anjos
Com passos lentos
Pacientes
Eles seguem
Vão além dos ares decapitar frias vítimas para os seus atos.
A terra clama
Mas o que se revela é a hecatombe apocalíptica do cordeiro que a pouco existia.
Torna-se um grande deserto
A terra “hominis”
E o assobio entrecortado do vento desarma a esperança primitiva do amanhã.
Mas eis que de repente
Ressurge o verbo outrora morto.
Um homem.
Não,
Uma ave sideral aporta à superfície desértica do tempo
E depõem embriões provenientes de sua essência.
O sol estoura o cérebro – semente adormecida.
E ergue-se o homem
Não tem sexo ainda
Todavia caminha.
E em seu trajeto
Delicadas pegadas
Cicatrizes do amanhã
Sementes novas que vão brotando
VIOLETAS
JASMINS
MARGARIDAS
ROSAS
ANGÉLICAS
HORTÊNCIAS.
Celeste Martinez - escritora (retirado do livro: Valenciando- Antologia de escritores de Valença - Bahia - Brasil
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