Quando penso nas inúmeras atrocidades provocadas pela guerra e outras tantas barbaridades resultado do egoismo humano, só me resta elaborar o pensamentos em metáforas poéticas. E isto me fez lembrar um dos meus poemas, criado lá pela década de 1990, como um filme para repassar os perfis humanos e suas indumentárias. Fazendo-me crer insistentemente que a ÚNICA INSTITUIÇÃO DEMOCRÁTICA É A MORTE.
SENHORA AVAREZA
APRESENTO-TE A MAGRA
FAMINTA DE CORPOS
FAMINTA DE VIDAS.
SENHORA PREPOTÊNCIA
APRESENTO-TE A SERVA DE SI MESMA
A CEIFADORA DE CABEÇAS.
SENHORES MAGNATAS DA MULTIMÍDIA
APRESENTO-VOS A VIÚVA DA VIDA
A DAMA DAS MADRUGADAS
DAS RAJADAS DE SÓIS.
SENHORES DONOS DA IGNORÂNCIA
APRESENTO-VOS A FRIA HERDEIRA DO NADA
FILHA DO ABSURDO E DA COERÊNCIA
HERDEIRA DE TODAS AS CERTEZAS.
SENHORES ESCRAVOS DA VAIDADE
APRESENTO-VOS A ESTÁTUA DA LIBERDADE
PREDADORA DOS BONS E DOS MAUS.
SENHORES FASCISTAS
APRESENTO-VOS A MAIS CRUEL GUERREIRA DE TODOS OS TEMPOS
A ÚNICA QUE SABE DE TODOS OS PLANOS DO INIMIGO
AQUELA QUE SEMPRE ESTÁ A POSTOS NAS TRINCHEIRAS
A ÚNICA QUE NÃO PRECISA DE BOMBAS E DE MIGS
A ÚNICA QUE NÃO PRECISA DE ESTRATÉGIAS, DE ARTIFÍCIOS.
SENHORES AFANADORES DOS COFRES PÚBLICOS
APRESENTO-VOS A LADINA DO SILÊNCIO
CONDENSADORA DAS HORAS.
SENHORES REGULADORES DO FUTURO
MANIPULADORES DE MOLECULAS
JOGADORES FRENÉTICOS DA BIO-GÉNETICA
APRESENTO-VOS A MORTE.
Celeste Martinez - escritora
Retirado do livro: Valenciando- poesia e prosa: antologia de escritores de Valença- Salvador: Secretaria da Cultura e Turismo, 2005.
Gravura: Gustave Doré
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