domingo, 11 de maio de 2008

Quadro: hora da poesia

Poema a um idiota chamado eu
Tenho a camisa toda amassada e suja de pasta de dente
meus pés ainda estão no chão ainda bem que estão
não tenho nada não vejo nada
só vejo meus irmãos tristes pelos cantos do mundo
vejo somente maldade e corrupção
mais não se iluda com o neguinho do seu lado
Amanhã ele pode estar na sua casa, sendo o seu patrão.
Ou na janela do seu carro te pedindo trocado
é o gueto pagamos para entrar e morremos para sair.
Tenho muito amor pelo que sou pelo menos a TV faz eu compreender isto
escravo do meu destino sem proteína na refeição
sem estudo de livros
não consigo mais aprender devido a minha mente
estar marcada para ter um tênis de marca ou então aquele relógio caro
um carro para uma gata e mostrar a todo mundo aonde eu cheguei.
Não vejo como a massa da periferia
pode aprender ou conseguir lutar
com essas condições de vida.
Aii!!! Sai da frente do vídeo game
do computador
do livro
do caderno
da sua cama
do ar condicionado
e faz um dia de mudança na vida.
Etevaldo Santos

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