domingo, 29 de junho de 2008

Fábulas de Esopo

Na 87° edição do ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER apreciamos as belíssimas fábulas de Esopo (século VI a.c.) As fábulas foram traduzidas por Celeste Martinez do castellano para o português, retiradas do livro de edição argentina.

O REI LEÃO
Quando o leão reinava sobre todos os animais queria confraternizar-se com eles e garantiu que não lhes causaria mal algum, ao contrário lhes daria proteção. Mas logo começou a arrepender-se de suas promessas e buscou falsos pretextos para encobrir seu propósito de devorar a todos. Foi chamando um por um e lhes perguntava se sua boca cheirava mal. E devorava tanto os que respondiam que sim quanto os que respondiam que não. Chamou a macaca e lhe fez a mesma pergunta entretanto ela que era muito esperta lhe respondeu que sua boca cheirava muito bem eseu elogio consegiu livrá-la provisoriamente da garra do leão. Apesar disso o leão fingindo uma doença, mandou chamar os médicos que lhes receitaram alimentar-se só com carnes leves e que evitasse as carnes muito pesadas.
- Então provarei a carne de macaca que suponho muito leve e boa para a digestão - e saltando sobre a coitada da macaca a devorou.
Quem tem intenção de te fazer mal, apesar de qualquer cuidado ou ajuda, o mesmo te causará, de modo que te afastes daqueles que possam exercer algum poder sobre você.
A RAPOSA E O LENHADOR
Uma raposa estava sendo perseguida por uns caçadores até que chegou a cabana de um lenhador e pediu que ele lhe escondesse. O homem concordou imediatamente e aconselhou que entrasse na cabana. Quase de imediato chegaram os caçadores e perguntaram ao lenhador se havia visto a raposa. O lenhador com a voz disse que não mas com a mão disfarçandp apontou o lugar da cabana onde estava escondida a raposa. Os caçadores não entenderam os sinais da mão e confiaram unicamente no que disse com palavras. A raposa, ao ver-los partir, saiu sem dizer nada. O lenhador não conformado com sua arrogância lhe perguntou por que razão não agradecia por ele ter salvo a sua vida.
-Te direi, meu amigo - respondeu a raposa - lhe agradeceria se tuas mãos e tua boca tivessem feito o mesmo.
Não negues com teus atos o que declaras com tuas palavras
O AÇOUGUEIRO E OS CARNEIROS
Encontravam-se reunidos os carneiros quando viram que o açougueiro entrava, pegava um deles e o matava. Mas não deram importância ao caso. Logo pegou outro carneiro e o degolou e mesmo assim deixaram passar. Diziam entre eles:
- Aconteceu com os outros e não comigo enquanto continue assim não nos preocupa.
O açougueiro entretanto foi pegando um e outro indiscriminadamente até que finalmente chegou ao último que lhe disse:
- Bem merecemos o que aconteceu, por que não organizamos entre nós a defesa de nossas vidas.
Quem não deseja juntar sua força com a do companheiro e assim fortalecer-se mutualmente, morrerá com seu companheiro. É necessário associar-se para prever e enfrentar o perigo.

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