quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Jack é um cão ou um homem?

Na 149° edição do programa radiofônico ALACAZUM PALAVRAS PARA ENTRETER que foi ao ar no dia 11 de outubro de 2009, transmissão pela Rádio Clube de Valença 650 KHZ AM ofertamos a leitura do conto: Jack é um cão ou um homem? do jovem Carlos Gomes que vive me Recife Pe.

Jack acorda vagarosamente, como se sentisse que o dia não teria muita graça, nada que não fosse novidade na vida de Jack, mas o que fazer? Se perguntava Jack, ele sempre pensava coisas desse tipo.

O sol brilha mais intensamente pela noite do que pela manhã, Jack sempre achou isso estranho, mas nunca indagou aos astros o porquê desse avesso. As primeiras horas do dia são sempre confusas e tristes, são sempre alegres e infelizes, são sempre felizes e nada que ninguém nunca tenha sentido ao acordar, ao ter que enfrentar uma nova estrada.

Para que acordar? Se perguntava Jack, ele sempre pensava coisas desse tipo.

Jack é um cão ou um homem?

“Eu nunca vi cara de cão ou cara de homem.”

Jack não viu muitas coisas em sua curta vida, ele ainda é uma criança, vive debaixo de uma grande árvore, a “árvore dos frutos estranhos”, é assim que Jack a batizou. O único contato que Jack costuma ter é com um velho que sempre passa junto à sua casa. Um velho em cima de um outro animal. Jack não sabe bem como chamá-los, ele usa duas expressões: “velho do galope” e “animal das expressões”. O velho do galope fala coisas estranhas e confusas para Jack, mas o animal das expressões não... O animal das expressões é um artista, com o seu olhar diz coisas que Jack nunca sequer imaginou pensar... Mas por que o velho galopa sobre o animal das expressões? Se perguntava Jack, ele sempre pensava coisas desse tipo.

Jack é um homem.

O maior problema de Jack é a solidão... Às vezes, ele sobe na árvore dos frutos estranhos e tenta enxergar o mais longe possível, ele sonha sempre que uma estrada virá buscá-lo, não foram poucas às vezes em que ele acordou no meio do sol, sempre assustado e alegre. Poderá isso acontecer? Se perguntava Jack, ele sempre pensava coisas desse tipo.

Não faltava comida para Jack, a árvore dos frutos estranhos era generosa e dava todos os tipos de fruto, mas Jack gostava de carne, gostava da dureza da carne, ele já pensou em devorar o velho do galope, mas desistiu por respeito ao animal das expressões. Jack gosta de correr com a cara perto do chão.

“Eu quero farejar a felicidade.”

Jack é um cão.



Carlos Gomes -Recife PE

Um comentário:

Carlos Gomes disse...

Olá... descobri por acaso que vocês fizeram a leitura do conto... fico feliz... aquele conto se transformou num livro... em breve tentaremos publicá-lo... se quiser acompanhar notícias... acessem o Outros Críticos, onde escrevo...

abs